Por muito tempo se colocou como um grande perigo as gorduras e, por isso, muitas pessoas aumentaram a ingestão de carboidratos para reduzir a gordura, o que foi um grande erro. Já hoje, com a popularidade da dieta low carb, muitos acreditam que podem fazer uma dieta sem carboidrato, o que seria praticamente impossível e pouco saudável também, uma vez que os carboidratos são um dos nutrientes essenciais para que você tenha energia em suas células.
Portanto, voltamos ao princípio de tudo: o equilíbrio. Existem gorduras boas e gorduras ruim, existem carboidratos piores e melhores, então nada deve ser excluído mas, sim, escolhido. Cada pessoa tem uma genética e necessidades diferentes. Hoje podemos avaliar a capacidade genética de cada um em seu metabolismo para queima de carboidrato, gorduras e proteínas e realizar dietas personalizadas baseadas em seu DNA. Se você pratica uma atividade física leve, moderada, intensa ou se é sedentário, também terá necessidades individuais.
No início da redução, alguns pacientes podem sentir enjoo, dor de cabeça, fadiga mental e física, constipação e mau hálito. Em longo prazo, você pode não absorver junto com os carboidratos outros nutrientes essenciais, como minerais, vitaminas e oligoelementos que, com o passar dos anos, podem trazer riscos a sua saúde óssea, dentária e renal.
Com a falta de carboidrato o corpo pode usar seus músculos como fonte de energia e perder massa muscular. E, dependendo das escolhas na substituição do carboidrato por gorduras erradas ou excesso de proteínas, podem surgir problemas para seus rins e/ou para o fígado, criar desequilíbrio de colesterol e triglicérides. Portanto, temos sempre vantagens e desvantagens que podem ser administradas e evitadas com a ajuda de um nutricionista ou médico nutrólogo.
Desse modo, não faça mudanças por sua conta, porque leu no blog, na internet, porque sua amiga está fazendo ou sem orientação de um profissional adequado. Você é único e suas necessidades também. Vou dar um exemplo com um trabalho científico recente: avaliaram mulheres com dieta de baixo carboidrato e observaram que na gravidez elas tinham 30% de risco a mais de ter crianças com má formação no cérebro ou espinha bífida (fechamento incompleto do tubo neural), quando comparado com mulheres de dieta sem restrições de carboidratos.
Essas doenças neurológicas em recém-nascidos são muito reduzidas com o uso de ácido fólico na gestação, sendo que muitos alimentos com carboidratos contêm ácido fólico. Os pesquisadores concluem que esse aumento de doenças pode estar associado à dieta de baixo carboidrato, porque nessas mulheres com dieta pobre em carboidratos foi visto também associação com baixo nível sanguíneo de ácido fólico. Portanto, sempre consulte um médico antes de mudar sua alimentação.